terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

As Produções Artesanais

Eram feitas à mão ou com o auxílio de ferramentas muito simples.
As matérias-primas eram por exemplo: o barro, o vime, a cera, a pedra, a madeira, a cortiça, o linho, a lã e as peles.

Comércio

O aumento da produção agrícola e da produção artesanal levou ao desenvolvimento do comércio interno e externo.

No século XIII, para comprar ou vender produtos, ia-se ao mercado (de menor dimensão) ou à feira. As feiras realizavam-se periodicamente (semanais, mensais ou anuais). Aí ocorriam os camponeses e os almocreves, que eram pequenos comerciantes que transportavam de terra em terra e de feira em feira as suas mercadorias.
           O almocreve:

O rei recebia os impostos pagos pelos vendedores e compradores. Os reis também criaram algumas feiras francas – feiras livres de impostos.

A criação de feiras contribuiu para o desenvolvimento do comércio interno, isto é, o comércio realizado dentro do País. No entanto, por esta altura, os portugueses também comerciavam com outros países – comércio externo.
Feira medieval
As rotas comerciais no século XIII
 
- Exportações: o que se vendia para o estrangeiro (sal e peixe seco, vinho, azeite e fruta, cera e mel, peles);    
- Importações: o que se comprava ao estrangeiro (cereais, tecidos, especiarias, metais, armaduras e objetos de adorno)
Para proteger o comércio marítimo, o rei D. Dinis criou a Bolsa dos Mercadores (uma espécie de “seguro” que pagava aos mercadores os prejuízos de naufrágio ou ataques de navios-piratas).
 
 
 
 
Aproveitamento dos recursos do mar e rio

- Pesca

 
- Salicultura
 
 
 
O aproveitamento dos recursos naturais no Século XIII

O Reino de Portugal tinha muitos recursos naturais. O aproveitamento desses recursos era feito pelo povo através das diversas atividades que praticavam: a agricultura, a pastorícia, a pesca, a salicultura, a produção artesanal e o comércio.
A agricultura era a principal atividade do povo.
 
Aproveitamento dos recursos da terra
É a partir dos recursos naturais de cada região que se formam as várias atividades económicas. Chama-se atividade económica ao conjunto dos trabalhos realizados pelo Homem a partir dos recursos existentes, para utilizá-los na satisfação das suas necessidades.
A agricultura sempre foi uma atividade económica fundamental na vida dos Portugueses.
- Agricultura - Produzia-se: cereais – cevada, centeio, trigo, aveia e milho-miúdo; vinho e azeite; legumes e frutos; linho.
- Pastorícia e criação de gado: Criavam-se: ovelhas e cabras; patos e gansos; porcos, bois e cavalos; recolhiam-se: lenha e madeira; cortiça; mel e cera.
 

Agricultura
 
Os instrumentos utilizados na agricultura da época eram a enxada, a charrua, o arado, a foice, a pá e o carrinho de mão.
 

Criação de gado
 
 
 
 
 
 
 
 
As características naturais de Portugal no séc. XIII

Apesar de ser um país pequeno, o relevo de Portugal é muito variado.
- No norte e centro – predominam as montanhas e os planaltos;
- no sul do Tejo – as planícies.
A Serra do Gerês é uma das mais altas serras de Portugal.
 
Peneplanície alentejana – terras baixas e quase planas.
 
No século XIII, o relevo de Portugal era semelhante ao dos nossos dias. Mas, a paisagem era bem diferente, pois ao longo dos séculos o Homem foi alterando-a (construção de povoações, estradas, barragens, etc.).
O país estava coberto por um manto vegetal frondoso e abundante (era mais arborizado do que hoje).
- No norte – bosques e florestas muito densas (com carvalhos, castanheiros, choupos, freixos)
- No sul – florestas menos densas (grandes áreas de matagais, sobreiros, azinheiras, oliveiras bravas).
O clima de Portugal era mais frio e chuvoso do que hoje.
Naquela altura, a linha de costa de Portugal tinha um aspeto diferente do atual. As águas do mar chegavam a locais hoje afastados do litoral, sendo a costa muito recortada, com um grande número de abrigos e de portos. Muitos deles desapareceram.
Os rios tinham mais água e eram mais navegáveis. Serviam de vias de comunicação e ligavam as povoações, transportando pessoas e mercadorias.
As pontes eram poucas e para se fazer as travessias existiam os barqueiros com as suas “barcas de passagem”.
 


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A Sociedade Portuguesa no Século XIII

A sociedade medieval encontrava-se dividida em três ordens ou grupos:
- clero (“os que rezam”)
- nobreza (“os que combatem”)
- povo (“os que trabalham”)



Membros do Clero



Membros da Nobreza


 
Membros do Povo
 
Os primeiros reis preocuparam-se em povoar e defender as terras conquistadas aos muçulmanos e, para isso, entregaram-nas à nobreza e ao clero, que eram os grupos privilegiados. O rei reservava para si uma grande parte das terras e doava outras aos nobres e ao clero e ordens religiosas.
Os dois grupos – nobreza e clero - tinham poder e riqueza.
O povo constituía o grupo dos não privilegiados, mantendo uma dependência face aos grupos privilegiados e quase só tinha obrigações.
Ao Clero cabia-lhe as funções de oração, assistência aos doentes e pobres e o ensino. Recebia grandes doações e privilégios de reis e particulares.
A Nobreza era o grupo dos guerreiros. Enriqueceu à custa dos saques após as batalhas vitoriosas e das doações dos reis, em bens e em títulos, como pagamento dos serviços.
O Povo era constituído, maioritariamente, por camponeses, que viviam e trabalhavam nos domínios senhoriais. Viviam com muitas dificuldades. Pagavam impostos ao Clero, à Nobreza e ao Rei.
Assim, era o Povo que sustentava toda a sociedade.
 
 

 

Histórias e Lendas

Lenda do Milagre de Ourique

Conta-se que foi na Batalha de Ourique que D. Afonso Henriques foi pela primeira vez aclamado rei de Portugal, em 25 de julho de 1139.
Foi no campo de Ourique que se defrontaram o exército cristão e os cinco reis mouros de Sevilha, Badajoz, Elvas, Évora e Beja e os seus guerreiros, que ocupavam o sul da península. A lenda conta que um pouco antes da batalha, D. Afonso Henriques foi visitado por um velho homem que o rei já tinha visto em sonhos e que lhe fez uma revelação profética de vitória. Contou-lhe ainda que "sem dúvida Ele pôs sobre vós e sobre a vossa geração os olhos da Sua Misericórdia, até à décima sexta descendência, na qual se diminuirá a sucessão. Mas nela, assim diminuída, Ele tornará a pôr os olhos e verá." O rei deveria ainda, na noite seguinte, sair do acampamento sozinho logo que ouvisse a sineta da ermida onde o velho vivia, o que aconteceu. O rei foi surpreendido por um raio de luz que progressivamente iluminou tudo em seu redor, deixando-o distinguir aos poucos o Sinal da Cruz e Jesus Cristo crucificado. O rei emocionado ajoelhou-se e ouviu a voz do Senhor que lhe prometeu a vitória naquela e em outras batalhas: por intermédio do rei e dos seus descendentes, Deus fundaria o Seu império através do qual o Seu Nome seria levado às nações mais estranhas e que teria para o povo português grandes desígnios e tarefas.
D. Afonso Henriques voltou confiante para o acampamento e, no dia seguinte, perante a coragem dos portugueses os mouros fugiram, sendo perseguidos e completamente dizimados. Conforme reza a lenda, D. Afonso Henriques decidiu que a bandeira portuguesa passaria a ter cinco escudos ou quinas em cruz representando os cinco reis vencidos e as cinco chagas de cristo, carregadas com os trinta dinheiros de Judas.
 
 
Ilustração de Ana Margarida Cordeiro
 
 
 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Vídeo

Observa este divertido vídeo sobre D. Afonso Henriques!
 
 
Sabias que…

D. Afonso Henriques ficou com o cognome de “O conquistador” porque conquistou muitas terras aos mouros?
 
 
O reconhecimento do reino pelo Papa

Nesta época, o Papa, autoridade máxima da Igreja, tinha muito poder sobre os reis cristãos. D. Afonso Henriques necessitava do reconhecimento da independência portuguesa por parte desta autoridade.
Logo que D. Afonso Henriques conseguiu a independência do Condado Portucalense, em 1143, procurou colocar Portugal sob a proteção do Papa. No entanto, não foi nada fácil… D. Afonso Henriques teve de prestar vários serviços à Igreja:
- comprometeu-se a entregar anualmente 16 onças de ouro;
- combateu os inimigos da fé cristã, conquistando-lhes vastos territórios;
- apoiou o clero, concedendo-lhe terras e outros cargos.
Ainda antes de morrer, em 1185, D. Afonso Henriques conseguiu que o Papa Alexandre III reconhecesse Portugal como reino, através da Bula Manifestis Probatum (1179).

Bula Manifestis Probatum, 1179.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa.
A bula é um documento escrito pelo Papa e que tem um selo de chumbo redondo, onde está gravado o nome do Papa.
 
Porém, o último território português (o Algarve) só foi conquistado por D. Afonso III em 1249 e só a assinatura, no reinado de D. Dinis, do Tratado de Alcanises (1297) definiu sensivelmente as fronteiras atuais.
 
 
 

A Conquista da Linha do Tejo

A Reconquista portuguesa foi lenta, feita com avanços e recuos.
Em 1145, D. Afonso Henriques conquistou Leiria. A partir daí vai tentar conquistar Santarém e Lisboa que eram poderosas cidades mouras.

Castelos da Linha do Tejo

Os rios eram as fronteiras naturais dos territórios, devido à travessia dos rios ser difícil e perigosa.
Construíam-se castelos em pontos estratégicos, nas zonas onde os ataques eram frequentes.
Em 1147 D. Afonso Henriques conquistou Santarém, tomando a cidade de assalto.
 
 
Assalto a Santarém.
 
Também em 1147 conquistou Lisboa. Nesta conquista D. Afonso Henriques e os seus cavaleiros foram auxiliados por uma poderosa armada de cruzados, vindos do Norte da Europa. A cidade foi cercada pelo exército de D. Afonso Henriques, por terra e por rio. Ao fim de 4 meses os muçulmanos foram vencidos pela fome e entregaram Lisboa aos Cristãos.
  
  Cerco a Lisboa.
 
Os Portugueses partiram então para a conquista de terras a Sul ainda em poder dos Mouros. Cidades importantes como Alcácer do Sal, Évora e Beja foram conquistadas; no entanto, quando D. Afonso Henriques morreu (1185), os Mouros já tinham recuperado grande parte do Alentejo, pois receberam reforços militares vindos do Norte de África.

A Reconquista Cristã implicou a participação de quase toda a população portuguesa (o rei, ao senhores nobres, os monges guerreiros e o povo).
  
 
 
 

 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A formação do Reino de Portugal

O condado Portucalense
No século XI os reinos de Leão e Castela continuavam a Reconquista ajudados por cavaleiros cristãos – os cruzados – enviados por outros reinos europeus. O rei de Leão, D. Afonso VI, recebeu a ajuda de cavaleiros franceses dos quais se destacaram D. Raimundo e D. Henrique de Borgonha.
Os Cruzados – eram cavaleiros que lutavam pela fé cristã. Usavam sobre o peito a cruz de Cristo.



Como recompensa pelos seus feitos, o rei de Leão concedeu a D. Henrique o Condado Portucalense e a sua filha D. Teresa em casamento.
 
Entretanto, D. Henrique começou a lutar para conquistar terras aos Mouros.

 
Quando D. Henrique morreu, D. Teresa assumiu o governo do condado mas aliou-se aos nobres galegos e ao fidalgo Fernão Peres de Trava, que exercia grande influência.

Descontentes e temendo uma anexação do condado à Galiza, os nobres portucalenses apoiaram D. Afonso Henriques numa luta contra sua mãe D. Teresa e contra os galegos.
 
Descendentes de D. Afonso VI
 
 
Em 1128 D. Teresa foi derrotada na Batalha de S. Mamede pelo seu filho que passou a governar o Condado Portucalense.
 

 
D. Afonso Henriques lutou contra os Muçulmanos para alargar o seu território e lutou contra o rei de Leão (o primo D. Afonso VII) pela independência do Condado Portucalense.
 

OBJETIVOS


 


ADVERSÁRIOS


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Independência do Condado Portucalense


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D. Afonso VII

Rei de Leão e Castela


 


 


 


Alargamento do território


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Muçulmanos

 
 
Depois das derrotas sofridas, o rei de Leão e Castela assina o Tratado de Zamora, em 1143.

Neste tratado, o rei D. Afonso VII reconhece a independência do Condado Portucalense.
Nasceu, assim, um novo reino – Portugal.
Portugal passou a ser uma monarquia hereditária – o responsável pelo país é o rei e quando este morrer, sucede-lhe o filho mais velho.