domingo, 27 de abril de 2014

Visita virtual

Visita o Mosteiro da Batalha a partir do link que se segue!
Mosteiro de Santa Maria da Vitória

Para comemorar a vitória sobre os castelhanos em Aljubarrota, D. João manda erguer o Mosteiro de Santa Maria da Vitória – mais conhecido pelo nome de Mosteiro da Batalha. Este edifício foi construído segundo o estilo da época, o estilo gótico. Era um edifício alto, de paredes finas e janelas largas e o interior tinha muita luz. Tinha muita decoração – rendilhados, pináculos, esculturas nos portais e vitrais nas janelas.

A Batalha de Aljubarrota

O rei castelhano não gostou da decisão das Cortes de Coimbra e invadiu Portugal pela 2ª vez. O exército castelhano ultrapassava os 30 000 homens. O exército português, comandado por D. Nuno Álvares Pereira, nomeado “O Condestável do Reino” por D. João, era composto apenas por cerca de 8 000 homens.
A célebre batalha de Aljubarrota ocorreu em 14 de agosto de 1385 e o exército castelhano saiu totalmente derrotado. D. Nuno Álvares Pereira travou a carga da cavalaria inimiga com as “covas de lobo”, elemento da tática do quadrado com que derrotou o poderoso exército.

As “covas de Lobo”. Eram valas com pontas aguçadas espetadas no fundo onde caíam cavalos e cavaleiros.
 
 
As Cortes de Coimbra

Para decidir quem iria suceder a D. Fernando reuniram-se as Cortes na cidade de Coimbra, em 6 de abril de 1385.
Os principais pretendentes ao trono eram D. João, Mestre de Avis e D. Beatriz, mas ainda tinham que contar com os filhos de D. Pedro e de Inês de Castro.
O Dr. João das Regras (advogado) demonstrou, nas Cortes de Coimbra, que o pretendente com direito ao trono era D. João, Mestre de Avis. Assim sendo D. João I foi aclamado rei de Portugal.

Cortes de Coimbra. Dr. João das Regras no uso da palavra, com o Mestre de Avis atrás de si.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O início da guerra com Castela

A primeira batalha deu-se em 6 de abril de 1384 – a Batalha de Atoleiros (Alentejo). O exército português comandado por D. Nuno Álvares Pereira derrotou o exército castelhano.    

Logo depois o rei de Castela invade Portugal e cerca a cidade de Lisboa, onde estava o Mestre de Avis, em 29 de maio de 1384. O cerco durou quatro meses e quando os defensores da cidade estavam quase a render-se pela fome… acabaram por ser salvos pela peste!... A doença atacou o exército castelhano que se viu obrigado a levantar o cerco.

A batalha seguinte foi a Batalha de Trancoso em 6 de janeiro de 1385.

Cerco de Lisboa, ilustração francesa de final do séc. XIV.

A morte de D. Fernando e o problema da sucessão

O rei D. Fernando tinha uma única filha, D. Beatriz, que se casou com D. João I, rei de Castela. Para garantir a independência de Portugal o rei D. Fernando no Tratado de Salvaterra de Magos (1383) estabeleceu que até o filho de D. Beatriz ter catorze anos, seria regente D. Leonor Teles. No entanto, D. Fernando morre nesse mesmo ano do Tratado. D. Leonor Teles, por influência do seu conselheiro galego, o conde João Fernandes Andeiro, mandou aclamar D. Beatriz como rainha de Portugal.
O rei D. Fernando.
 
A sociedade portuguesa tinha opiniões diferentes em relação à questão da sucessão ao trono e, por isso, dividiu-se.
A maior parte da Nobreza e Clero aceitou D. Beatriz como rainha (não queriam perder os privilégios que tinham), mas o Povo, a Burguesia e um pequeno número de elementos da Nobreza  e do Clero revoltaram-se pois não queriam perder a independência.
A burguesia, chefiada por Álvaro Pais, e tendo do seu lado o povo de Lisboa, prepara então uma conspiração para matar o Conde Andeiro e escolhe D. João, Mestre de Avis, para executar essa tarefa. O Mestre de Avis conseguia facilmente entrar no Paço da Rainha pois era filho (ilegítimo) do rei D. Pedro (sendo portanto meio-irmão de D. Fernando).
O Mestre de Avis matou o conde e D. Leonor fugiu para Santarém e pediu ajuda ao genro.
 

A morte do conde Andeiro, quadro de A. J. S. Azevedo, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto.
O Povo aclamou então o Mestre de Avis como “Regedor e Defensor do Reino” e a Burguesia apoiou o Mestre com dinheiro.
 
 
A Crise no Séc. XIV

Foi um século difícil. Um período de crise a todos os níveis. O clima era instável: períodos de chuvas contínuas. Os maus anos agrícolas causaram falta de cereais, fome e morte. Também a falta de higiene provocava: graves doenças contagiosas – epidemias e pestes.

A Peste Negra chegou a Portugal em 1348. Em menos de 3 meses matou cerca de um terço da população. Nas cidades: não existiam esgotos nem água canalizada. As ruas tinham muito lixo. Havia pragas de ratos, piolhos e mosquitos.

os campos estavam abandonados e as vilas despovoadas,
existia grande falta de mão-de-obra,
os impostos e rendas eram muito altos.

Para tentar resolver a grave crise que se sentia na agricultura, o rei D. Fernando promulga a Lei das Sesmarias, em 1375. Esta lei pretendia aumentar a produção e a mão-de-obra nos campos.
 

A Peste Negra espalhou-se pela Europa e matou entre metade a 2/3 da população.
 
Retrato do físico (médico). Vestia um fato especial para tratar de pessoas com peste. Na cabeça usava uma espécie de máscara com um bico comprido onde colocava ervas aromáticas. Deste modo pensavam não ser contagiados pelo ar.
 
 
Sabias que…

o rei D. Dinis foi o primeiro rei português a assinar os documentos oficiais com o seu próprio nome? Até essa altura os reis utilizavam sinais!
 
A vida na Corte

No século XIII o rei não tinha uma residência fixa e deslocava-se pelo país com a sua corte (ou seja, as pessoas que viviam com o rei - família, alguns nobres, conselheiros, funcionários,…). O rei procurava deste modo estar mais perto das populações e ouvir os seus problemas.

O rei era a autoridade máxima do país. Tinha como funções decretar a guerra, comandar o exército, fazer as leis, ordenar a cobrança de impostos, aplicar a justiça suprema e mandar cunhar a moeda. No entanto, o rei podia consultar as Cortes (assembleias onde participavam os representantes do clero e da nobreza). A partir de 1254, no reinado de D. Afonso III, estas reuniões passaram a contar com a participação dos representantes do povo.

A ação do rei D. Dinis foi muito importante para o país. Era um rei culto e inteligente e tomou uma série de medidas essenciais para o desenvolvimento económico e cultural do país. No seu reinado, o português torna-se a língua oficial, passando os documentos a ser escritos em português; criou-se a primeira universidade em Lisboa e desenvolveram-se a agricultura, a pesca e o comércio.
Vídeo

Quotidiano nos Mosteiros
Observa este pequeno documentário sobre a vida quotidiana nos mosteiros.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A vida quotidiana nos concelhos

No século XIII muitas povoações passaram a concelhos pois receberam carta de foral. Nestes concelhos, todos os habitantes eram livres e gozavam de uma certa autonomia. Alguns concelhos também tinham feiras que enriqueceram alguns mercadores e artesãos que viviam nas cidades e que dariam origem a um grupo social mais rico e culto chamado Burguesia.

Foral de Castro Verde (Portugal)

A carta de Foral era concedida pelo rei. Neste documento estavam estabelecidos os direitos e os deveres dos moradores do concelho (os vizinhos).
Existiam concelhos rurais e concelhos urbanos. Os habitantes dos concelhos rurais dedicavam-se à agricultura e à pastorícia. Nos concelhos que se situavam no litoral, a pesca era muitas vezes a principal atividade dos habitantes.
A Pesca. Daniela 5ºF
Nos concelhos urbanos, os habitantes dedicavam-se ao comércio e ao artesanato.
Nos concelhos a administração e aplicação da justiça era entregue aos homens-bons.

Domus Municipalis de Bragança – local onde se reunia a assembleia de homens-bons. Esta assembleia tratava de todos os problemas do concelho.

Pelourinho de Bragança (Séc. XIII). O pelourinho era o símbolo da autonomia dos concelhos. Situado normalmente no centro da povoação, era no pelourinho que eram castigados os que não cumpriam as leis.
 

A vida quotidiana nos mosteiros

No século XIII, o Clero ocupava uma posição social de grande importância. Recebia grandes doações e privilégios de reis e particulares.

O Clero dividia-se em dois grupos: o Clero Secular (padres e bispos) que vivia junto da população, nas aldeias ou cidades; e o Clero Regular (frades ou monges e freiras) que vivia nos mosteiros ou conventos. Os que pertenciam ao Clero Regular deviam obedecer a uma regra (conjunto de obrigações que estabeleciam os horários e as tarefas).          

No mosteiro medieval vivia uma comunidade de monges.
 
Principais Funções/Tarefas do Clero:
- a oração Os monges passavam a maior parte do dia na igreja a rezar e a meditar.
- o ensino - O Clero foi, durante muito tempo, o único grupo social que sabia ler e escrever. Além do ensino, os monges também se dedicavam à cópia dos livros mais importantes.

Monge copista (copiava os livros)
 
- a assistência aos doentes e pobres - Nos mosteiros existiam enfermarias onde se tratavam os doentes. Havia farmácias (boticas) com remédios feitos a partir das raízes e folhas de certas plantas – funcho, arruda, loureiro, hipericão, etc.
 
 

 
Sabias que…

no século XIII, nas casas senhoriais, a mesa era desmontável, composta de uma tábua assente em cavaletes, que se punha e tirava quando necessário? Daí a expressão, ainda hoje usada, de "pôr e levantar a mesa”.